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Vi, Vivi e Sobrevivi: A Superação de Uma Bipolar
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Vi, Vivi e Sobrevivi: A Superação de Uma Bipolar

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Falar sobre transtornos mentais e em especial sobre o Transtorno Afetivo Bipolar de Humor (TABH) não é tarefa fácil, pois a mente humana é bastante complexa e exige-se certo conhecimento para que o diagnóstico seja efetivamente correto. Atualmente, o TABH, conhecido antes na literatura médica como Psicose Maníaco-Depressiva (PMD), atinge cerca de 1% da população mundial, uma quantidade considerável de pessoas que têm seu humor
oscilando entre a depressão e a euforia.
O "bipolar" é uma pessoa que, em algum momento de sua vida, por questões genéticas ou ambientais, deixa de produzir em seu cérebro os hormônios serotonina e endorfina, neurotransmissores essenciais que produzem a sensação de bem-estar e que proporcionam conforto e estabilidade emocional.
Pessoas portadoras do transtorno sofrem uma instabilidade emocional sem precedentes, pois, de uma hora para outra, seu humor oscila, o que muitas vezes pode deixá-las apáticas, sem vontade de fazer nada (inclusive de viver), e podem entrar em um estado depressivo e atentar contra a própria vida.
Ser portador de TABH não é sinônimo de loucura ou qualquer outro conceito pejorativo. Pelo contrário, "bipolares" são, em sua essência, criativos, inteligentes e dominam certos dons que os "não bipolares" têm, mas é de fundamental importância que sejam efetivamente controlados com medicamentos e terapia. Dessa forma, e com o apoio de toda uma estrutura familiar, a doença pode ser controlada e, em alguns casos severos, em que não ocorram os "delírios e alucinações", o portador de bipolaridade pode levar uma vida saudável e feliz, pois é assim que todos devem viver.
LanguagePortuguês
PublisherEditora Buqui
Release dateJul 14, 2014
ISBN9788583380627
Vi, Vivi e Sobrevivi: A Superação de Uma Bipolar

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    Vi, Vivi e Sobrevivi - Mitzi Shaid

    AGRADECIMENTOS

    Escrever este livro foi uma tarefa árdua, pois me fez voltar a um passado que desejava esquecer, mas, ao mesmo tempo, resgatei da minha alma o meu lado saudável, mostrando o quanto sempre fui corajosa durante toda a vida. A dor foi inevitável, porém o sofrimento pode se tornar opcional quando se quer realmente viver. A vida é um dom sagrado que Deus nos dá, e eu optei por esse dom.

    Muitos me ajudaram nesta longa jornada, e não podia deixar de citar todas as pessoas que estão na minha vida sempre cuidando de mim, tentando me alegrar, mostrando que sou capaz de superar as adversidades.

    Não sei ao certo se vou estar sempre bem, como muitos desejam, mas de uma coisa tenho certeza: jamais tirarei minha vida. Tenho coragem, fé e a esperança de que tudo tem um motivo, e Deus, quando fecha uma porta, sempre abre uma janela. Me debruço todos os dias nessa janela e contemplo o brilho das estrelas, e contemplo também o pôr do sol, com seus raios amarelos nos indicando que um novo dia está nascendo – e que eu estarei viva no dia seguinte.

    Agradeço a Deus pelo dom da vida. À minha mãe, Maria, que me trouxe para o mundo e sempre me cuidou. A minha avó Zill, que me ensinou a orar, ao meu tio Charles, que sempre soube ficar em silêncio. Que descansem em paz!!

    Às minhas filhas, Liu e Marly, razão do meu viver, prestativas e bondosas, de um coração imenso.

    Ao meu psiquiatra, Dr. Paul, paciente, humilde, que me escutava gentilmente e acabou me salvando. A minha psicóloga e amiga, Dra. Cristie, uma mulher de grande fé, que resgatou meu lado são.

    Às minhas amigas do lar, Vandy e Cissa, que rezaram juntas comigo nos meus piores momentos e nunca me abandonaram. Sempre carinhosas e sorridentes...

    Às minhas amigas de longos anos Louise e Leny, que, quando mais precisava, escutavam sempre me dando conselhos.

    Ao meu editor, Rafael Trombetta, que com sua voz pausada e calma soube conduzir todo o processo do meu livro da maneira como sonhei.

    À Vanessa Pedroso, assessora do meu editor, que se tornou uma nova amiga para sempre.

    A meus irmãos que sofreram, Belke e Marcel.

    Ao meu eterno e grande amor de juventude, Iorre.

    Enfim, à vida... Que ela vibre dentro de mim como as cordas de um violino (instrumento musical que mais gosto de ouvir) tocando a sinfonia número um: A Felicidade.

    Obrigada a todos que, direta ou indiretamente, viveram comigo e, me conhecendo ou não, de uma forma ou de outra, me ajudaram.

    A meus bichinhos de estimação: Bill, meu cachorrinho, e meu papagaio Smith, que gritavam sem parar, alegrando-me e me fazendo sorrir.

    Ao meu pai, Walter, que perdoei, porque, se não o fizesse, não poderia escutar a sinfonia de A Felicidade.

    UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA (E DOS OUTROS)

    Avida nos prega muitas peças, e nem imaginamos o que pode nos acontecer. A verdade, porém, é que ninguém está livre de passar por certos dissabores ao longo da existência.

    Desde pequena enfrento situações inacreditáveis, já que jamais cogitamos a perspectiva de que elas possam acontecer conosco. Ao longo de minha vida é que pude ver como sou forte, apesar de ser uma pessoa emocionalmente inquieta e intranquila.

    Sempre acreditei que viver era uma maravilha, que problemas não existiam, mas estava completamente errada. Minha estrutura familiar era um fiasco, um mar revolto de brigas, ódio, sofrimento e o inevitável: a doença emocional que tomou conta de mim no auge da minha maturidade.

    Minha infância foi muito dolorosa, uma vez que vi minha avó, a pessoa mais maravilhosa do mundo, sofria de tristeza, ou melhor, naquela época, o diagnóstico era melancolia. Ela, uma pessoa linda, refinada no trato social, perdera seu marido aos 32 anos – e de quebra ficou com dois filhos pequenos para cuidar e sustentar.

    Eram os idos de 1940, havia começado a Segunda Guerra Mundial, considerado o pior acontecimento que a humanidade iria reviver, afinal, a Primeira Guerra tinha sido devastadora para o mundo. Minha avó ficaria viúva para sempre. Sua doença lhe tirou toda a vontade de viver, e mesmo doente, tentou cuidar dos filhos, com a ajuda de uma irmã um tanto tirânica.

    Não vou tentar justificar o modo como minha tia-avó ajudou minha avó a criar seus filhos, porque acredito que ela também passou maus bocados em sua vida de solteirona. Contudo, sua inflexão perante a vida fez um grande estrago na vida de minha adorada mãe e de meu estimado tio.

    As tribulações da minha família começaram ainda no início de seus primeiros anos de idade, digo, os de minha mãe e do meu tio. Minha avó doente ficara sujeitada aos mandos e desmandos de sua irmã, e inevitavelmente acabou tendo de colocar os filhos em um colégio interno.

    Mesmo doente, vovó ainda tinha coragem para trabalhar e garantir o sustento da família, junto com sua irmã. Mas seus filhos estavam longe de casa, e isso lhe causava grande tristeza.

    Somente nos finais de semana é que se encontravam, o que era motivo de alegria para vovó e desgaste para minha tia-avó. Crianças criadas longe dos pais, em internatos, serão sempre crianças cheias de vivências por muitas vezes mal incompreendidas.

    Desde que tive a oportunidade de conhecê-los, minha mãe e meu tio eram pessoas maravilhosas. A essência interior de ambos era de crianças bem-educadas, bem cuidadas, pois minha avó era uma mulher extraordinária; além de muito educada e fina, ela era muito bonita no andar, no falar e ao se expressar verbalmente.

    Ao relatar minha história de vida, vi que nunca, jamais, podemos deixar escapar os momentos de felicidade que vivenciamos. E eu, por incrível que pareça, deixei escapar da minha existência os muitos, ou melhor, os poucos, momentos que tive com vovó e meu querido tio enquanto estavam vivos.

    Nos meus piores momentos de tristeza, quando me sinto só, vejo o tempo que perdi com futilidades em vez de me encontrar mais próxima de meus entes queridos, mas creio que foram as circunstâncias da vida que me levaram ao dissabor de não desfrutar daqueles que guardo com muito amor dentro do meu coração.

    Minha avó foi de fundamental importância na minha criação, como uma pessoa de bem, que era o que mais minha mãe queria que eu e meus dois irmãos fôssemos na vida. Ela cuidava de nós três com muita dedicação, mesmo sendo doente emocionalmente. Vi que, em seus momentos de tristeza, ela ficava mais calada, mais introspectiva, mas sempre grudada com seu terço.

    Calada e sentada em sua cadeira de balanço, que fazia um leve chiado com o movimentar de seu corpo frágil e magrinho, ela, de olhos fechados, rodava em suas mãos uma bolinha do rosário. Aquele momento era único para mim. Enquanto estudava minha lição da escola, respeitava aquele silêncio que tinha de existir.

    Nunca me esqueço de observar minha avó tão concentrada em suas orações. Aquilo se tornou uma constante na minha vida de criança, e eu admirava ver como ela, que passara por tantas coisas ruins em sua vida, conseguia ter força para orar com tanto fervor, tamanha sua concentração.

    Me lembro de que, quando era época das provas da escola, pedia que rezasse para que eu tirasse boas notas, e ela me dizia: Deus diz ‘faça que eu te ajudarei’. Olhava-a com gratidão, me aconchegava em seu colo, pegava suas mãos enrugadas e alisava-as e me sentia segura.

    Vivi essa época feliz. Ao mesmo tempo, outros sentimentos me inquietavam o coração, devido às brigas entre meus pais, que eram uma constante. Por ser a filha mais velha e a mais curiosa, não entendia por que meus pais brigavam tanto, a ponto de minha mãe quebrar pratos e tudo o que via pela frente.

    Sentia muita pena dela, que era uma pessoa maravilhosa, muito dedicada aos filhos, à vovó e ao papai. Ela era uma pessoa extremamente criativa. Lembro que ela dizia que meu pai a impediu de estudar. Minha mãe era uma mulher muito inteligente, e havia passado num concurso em segundo lugar.

    Ao longo de minha vida, quando me dei conta de que não era mais aquela criança boba, vi o quanto minha mãe devia ter sofrido por não ter podido exercer sua profissão, e vivi uma experiência frustrante imaginando como teria sido sua vida se ela fosse uma mulher independente.

    Não aguentava ver tantas brigas, tantos desentendimentos, e não poder fazer absolutamente nada, afinal, era uma criança, e criança tem que se preocupar com coisas de criança – mas essa fase da minha infância foi muito traumática.

    Lembro que vovó nos chamava para um canto da casa e nos mandava rezar pra papai do céu, e que se a gente rezasse direitinho, tudo iria ficar bem. Mas a verdade era que acabávamos chorando copiosamente, porque meu pai humilhava muito mamãe, e nós não sabíamos como parar aquilo.

    MINHA MÃE

    Mamãe era uma mulher linda, muito requintada, fazia comidas deliciosas, costurava divinamente bem, tocava acordeão, um instrumento musical que acabei aprendendo a manusear. Me perguntava, quando ia dormir, como meu pai fazia aquilo com minha mãe, tão boa, tão carismática, tão alegre, apesar de todo o seu sofrimento.

    Isso acabava com a saúde emocional de minha avó. Eu notava que cada dia ela ficava mais calada, mais sombria, não na aparência, mas no jeito como se portava. Olhava seu semblante e via olhos lacrimosos. Sabia que era por causa de mamãe. Afinal, que mãe quer ver sua filha sofrer maus tratos do marido?

    Em noites de lua cheia, em que o céu estava muito estrelado, olhava aquele cenário tão deslumbrante e perguntava o que estava acontecendo com a nossa família, e pedia a Deus que nos ajudasse. Não queria ver meus pais se separarem, mas no meu íntimo sabia que isso poderia acontecer a qualquer momento.

    Minha mãe foi ficando cada vez mais desleixada com a aparência, e isso se refletia no seu corpo, antes delgado, e agora mais corpulento. Ela era uma pessoa muito vaidosa; sua pele era um pêssego. Mas era notável sua tristeza. Peguei-a chorando em algumas ocasiões, e tentava me aproximar acarinhando seus cabelos.

    Como era difícil para mim e meus irmãos vivenciar aquela situação tão deprimente em nossas vidas. Eu já estava me tornando uma pessoa triste. Era uma mocinha bem obediente, procurava não chatear minha mãe, e, como filha mais velha, dizia a meus irmãos para ficarem quietos.

    Vovó a cada dia piorava mais, e acabou tendo que ficar no hospital, porque tinha contraído tuberculose. Para mim, aquilo foi a gota d’água – ver a pessoa que eu mais amava tão fragilizada, tão doente vendo o sofrimento de sua filha, e não poder fazer nada.

    Meu pai era extremamente autoritário e se achava no direito, como mantenedor da casa e da família, de não ser contradito no que quer que fosse. Ninguém ousava emitir uma opinião, porque senão caía no tapa. Era essa a minha infância.

    UMA DOR SEM TAMANHO

    Com minha avó doente no hospital, minha vida se resumia aos estudos e às atividades extradidáticas, como aulas de balé e piano e o curso de inglês. Era melhor uma vida agitada fora de casa do que estar presenciando ofensas e xingamentos direcionados à minha mãe, que a todo tempo ficava muito nervosa.

    Sua conduta conosco tomava um rumo diferente. Apesar de ser uma mãe dedicada, ela passava a descontar as frustrações do casamento malsucedido justamente em mim, que não compreendia de fato o porquê de, em alguns momentos, ela se descontrolar comigo, exigindo coisas que eu não conseguia fazer, afinal, era uma criança.

    Ansiava pela volta de minha avó do hospital com muito desejo, uma vez que a visitávamos somente nos fins de semana, quando tínhamos descanso das atividades da escola. Para mim, ver minha avó, mesmo que de longe, da sacada do sanatório, já era de grande valor naquele momento.

    Sentia-me muito só sem a presença reconfortante dela, e ter de conviver com aquela situação me deixava meio perdida naquele mundo em que eu estava fadada a viver. Comecei a rezar incessantemente para minha avó ficar curada logo e voltar para casa.

    Não aguentava ver minha mãe se acabando e a relação entre ela e meu pai se deteriorando − as brigas se tornavam cada vez mais insuportáveis. Para uma criança de 12 anos, aquilo era o meu mundo ruindo, me sentia vazia, triste e solitária.

    Todos os fins de semana, eu, minha mãe e meus irmãos íamos visitar vovó no sanatório, e como irmã mais velha e mais ligada a ela, gritava por seu nome e mandava-lhe beijos. Ao vê-la trajando um robe pesado de lã, com os cabelos já grisalhos e bem finos puxados num lindo coque, eu chorava.

    Mamãe me colocou um apelido bastante criativo: manteiga derretida. Eu era mesmo uma manteiga derretida, chorava por tudo, porque tudo tinha uma proporção enorme em minha vida. Acho que nasci assim, vendo o mundo com lentes cinzas. Como eu podia ter uma visão de mundo diferente daquilo que eu vivia diariamente?

    Minha doença emocional, anos mais tarde, se caracterizou pela visão de um mundo cinza. Na minha vida, tentava ver o mundo com lentes coloridas, mas no meu íntimo, o que conseguia recordar dos tempos de criança eram lágrimas, gritos, portas batendo, coisas quebrando e minha mãe triste e minha avó doente.

    O tempo foi passando, e graças a Deus, vovó voltou para casa. Quando fomos buscá-la no sanatório, meu mundo coloriu-se como um arco-íris após uma grande tempestade ou um longo dilúvio. O mundo voltou a sorrir para mim novamente, e eu saí do estado de cinza para azul, minha cor predileta.

    Eu sei que às vezes sou mesmo um pouco exagerada, faz parte da minha essência meio italiana, meio judia. Mas é certo que ter minha avó de volta ao nosso lar foi a melhor coisa de nossas vidas, porque ela era de uma calma que fazia melhorar nosso humor diante das circunstâncias adversas pelas quais então passávamos.

    O tempo é o melhor remédio de nossas feridas, sejam elas pequenas, sejam – exagerando um pouco – enormes. Diante de tudo por que passei durante minha infância e juventude, adquiri uma postura de negativismo, porque sempre achava que a vida não tinha me proporcionado um sabor de chocolate quente (adoro o sabor do chocolate quente que mamãe e vovó faziam quando a temperatura esfriava bastante).

    Depois da doença de vovó, meu querido tio se aproximou de nossa família. Na verdade, morávamos em cidades diferentes e um pouco longe, o que dificultou a convivência entre ele, mamãe e vovó. Meu tio era meio que desligado da família e acabou que, quando voltamos a morar perto dele, tivemos que nos hospedar em sua casa, o que foi mais uma lástima.

    Minha mãe continuava nervosa devido à vida que levava com meu pai, que não fazia nada para o relacionamento deles melhorar. Ter de conviver num outro ambiente que na verdade não era minha casa repercutiu mal na minha cabeça. Apesar de meu tio ser ponderado e calado como minha avó, eram muitas pessoas vivendo juntas, cada uma com suas individualidades.

    Adorei rever meus primos e brincar de outras coisas, mas o nervosismo de minha mãe, causado pela intranquilidade que meu pai passava, não era nada atraente, porque outras pessoas que não tinham nada a ver com nossos problemas domésticos acabaram mudando a rotina de suas vidas, e eu não achava que eles deviam passar por isso (aliás, ninguém deve passar por isso).

    Meu pai dizia que seria por pouco tempo, mas até lá alguém já teria matado outrem de tanta agonia. A casa de meu tio só ficava em silêncio absoluto quando todos estivessem dormindo. Notava que meu tio chegava muito tarde do trabalho, mas depois, anos mais tarde, vim a descobrir, pela minha tia, que ele não aguentava aquele ar sufocante de brigas.

    Simplesmente, tanto meu pai quanto minha mãe não respeitavam a casa do meu tio. O lar dele era tranquilo, e quando passamos um tempo lá, virou um campo de lutas. Uma vez minha mãe arremessou pela janela da sala um

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