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Apenas Lembre-se de Respirar
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Apenas Lembre-se de Respirar
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Apenas Lembre-se de Respirar

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About this ebook

A vida de Alex Thompson está como o planejado. Uma estudante de direito na Universidade de Columbia, ela está focada em suas notas, sua vida e seu futuro. A última coisa que ela precisa é de se reconectar com o garoto que quebrou seu coração.
Dylan Paris volta do Afeganistão gravemente ferido e sabe que a única coisa que ele não pode fazer é arrastar Alex para a bagunça que ele fez de sua vida.
Quando Dylan e Alex são designados para o mesmo estágio e são forçados a trabalhar lado a lado, eles têm de fazer novas regras básicas para se impedirem de matar uns ao outro.
O único problema é que eles continuam quebrando as regras.
A primeira regra é nunca, jamais, falar sobre como eles se apaixonaram.
LanguagePortuguês
Release dateJun 2, 2015
ISBN9781632021274
Apenas Lembre-se de Respirar
Author

Charles Sheehan-Miles

Charles Sheehan-Miles has been a soldier, computer programmer, short-order cook and non-profit executive. He is the author of several books, including the indie bestsellers Just Remember to Breathe and Republic: A Novel of America's Future.

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Apenas Lembre-se de Respirar - Charles Sheehan-Miles

Apenas Lembre-se de Respirar

Charles Sheehan-Miles

Publicado por Cincinnatus Press

South Hadley, MA 01075

Direitos de autor 2015 Charles Sheehan-Miles

Livros por Charles Sheehan-Miles

As Irmãs Thompson

Uma Canção para Julia

Estrelas Cadentes

A View From Forever

Apenas Lembre-se de Respirar

A Última Hora

The Thompson Sisters / Rachel's Peril

Girl of Lies

Girl of Rage

Girl of Vengeance

Fiction

Nocturne (with Andrea Randall)

Republic: A Novel of America's Future

Insurgent: Book 2 of America's Future

Prayer at Rumayla: A Novel of the Gulf War

Nonfiction

Saving the World On $30 A Day: An Activists Guide to Starting, Organizing and Running a Non-Profit Organization

Become a Full-Time Author: Practical tips, skills and strategies to turn your writing hobby into a career (with Andrea Randall)

Capítulo Um

Corações Partidos e Canecas de Café (Alex)

Desde o momento em que coloquei o carro da minha mãe em movimento, com minha caneca de café ainda no teto, eu poderia dizer que seria um dia difícil. A caneca, que tinha sido um presente realmente fofo de Dylan, saiu voando do carro e se estilhaçou em um milhão de pedaços. Engoli em seco, quando, pelo espelho retrovisor a vi girando e caindo, no que parecia ser em câmera lenta, até atingir o chão, espalhando o meu café e os pequenos pedaços de porcelana por toda a rua. Meus olhos se encheram de dolorosas lágrimas. Embora não nos falássemos há mais de seis meses, ainda que ele tivesse quebrado meu coração, mesmo que tivesse recusado todos os contatos e ignorado as minhas cartas, ainda doía. Eu estacionei ao lado e respirei fundo. Dylan comprou a caneca de café de um fornecedor em Jerusalém, que imprimiu diretamente nela uma foto digital: nós dois juntos abraçados e posicionados em frente ao Mar Mediterrâneo. Na foto, eu estava com uma expressão surpreendentemente extasiada no meu rosto, como se estivéssemos olhando um nos olhos do outro. Em retrospecto, eu olhei, e me senti como se eu tivesse drogada. Claro, Kelly estava me dizendo durante, pelo menos, seis meses que era hora de me livrar da caneca. Hora de seguir em frente. Tempo de esquecer Dylan.

Eu respirei profundamente. Kelly estava certa. Sim, tínhamos alguns problemas. Sim, eu tinha chegado bêbada e dito algumas coisas das quais me arrependi. Mas não foi nada imperdoável. Nada que justificasse ele, literalmente, desaparecer da face da Terra.

Olhei no espelho e, rapidamente, reparei o dano causado pelas minhas lágrimas involuntárias e, em seguida, coloquei o carro em movimento. Em dois dias, eu estaria voando de volta para Nova York e para meu segundo ano na faculdade, e faria um bem danado obter uma nova caneca de café. Eu teria apenas que acrescentar ao comprimento da, excessivamente, detalhada lista de coisas a fazer que minha mãe tinha tão amavelmente preparado, e que agora se encontrava no banco do passageiro do carro. Caneca nova para café. Uma que não tenha o meu passado carimbado nela. Kelly ficaria orgulhosa.

Comecei a colocar o carro em movimento, mas meu telefone escolheu aquele instante para tocar e, como eu nunca fui exatamente muito boa em ignorá-lo, parei o carro da minha mãe e atendi.

— Alô?

— Falo com Alexandra Thompson?

— Sim, aqui é Alex. — eu disse.

— Olá... aqui é Sandra Barnhardt do Departamento de Ajuda Financeira.

— Oh. — eu disse, de repente tensa. Você não espera receber chamadas de algumas pessoas no dia anterior ao início das aulas e o Departamento de Ajuda Financeira está no topo dessa lista. — Hum... o que posso fazer por você? — Sinto ser a portadora de uma má notícia. A Professora Allan está saindo de licença, por isso seu estágio foi cancelado. Licença por tempo indeterminado? Meu palpite era que a Professora Allan estava indo para a reabilitação. Eu tinha certeza de que ela era uma drogada, desde meu primeiro dia trabalhando com ela. Tanto faz.

— Então, hum... o que exatamente isso quer dizer?

— Bem... a boa notícia é que nós temos uma nova vaga para você.

Eu mal podia esperar para ouvir isso. Sem dúvida, eu estaria esfregando vasos em um dos refeitórios. Eu esperei e, então, esperei mais um pouco. — Hum... talvez você possa me dizer qual seria a atribuição? Sandra Barnhardt do Departamento Financeiro tossiu, possivelmente, um pouco envergonhada. — Isso tudo foi decidido no último minuto, você entende. Mas o nosso autor em residência este ano solicitou dois assistentes de pesquisa. Você irá trabalhar para ele.

— Ah... eu entendo. Bem, pelo menos isso soa interessante.

— Espero que sim. — ela disse. — Você já está de volta ao campus?

— Não, eu estou em São Francisco, meu voo de volta é só depois de amanhã.

— Oh, está bem então. Pare aqui quando você voltar, que passo para você as informações sobre sua nova vaga.

— Ótimo. — eu disse. — Vejo você em alguns dias.

Okay. Eu tenho que admitir. Isso realmente soava interessante. Autor em residência. O que isso exatamente significa, afinal? Fosse o que fosse, devia ser mais interessante do que cuidar do arquivo da Professora Allan.

Tanto faz. É melhor eu me colocar em movimento, eu pensei, ou os policiais me fariam acompanhá-los. Eu estava parada na frente da entrada de alguém por quase dez minutos. Saí com o carro para terminar meus assuntos. Hora de finalizar as pendências para o novo ano. Começando com uma nova caneca de café.

***

Alex!

O grito de Kelly foi algo em torno de 125 decibéis e em algum lugar superior ao limite possível para a voz humana. Isso foi agravado pelo fato de ela estar pulando para cima e para baixo, como se tivesse minúsculos pula-pulas, ou, eventualmente, martelos pneumáticos, presos aos seus pés.

Ela saltou até mim e me agarrou em um enorme abraço.

— Oh. Meu. Deus! — ela gritou. — O verão foi tão chato sem você. Vamos sair para beber. Bem. Agora.

Pisquei os olhos e disse: — Hum... posso levar minhas malas para dentro primeiro?

Eu tinha acordado às 5h da manhã para pegar o primeiro voo de São Francisco. Ir para o leste, basicamente, significava que eu perdia um dia inteiro: oavião pousou às 16h no aeroporto JFK. Em seguida, a longa espera pararecuperar minhas malas, e esperar por um táxi, e enfrentar o tráfico ridículo. Cheguei ao dormitório às 19h.

— Bem, é claro! — ela disse. — Mas não podemos perder nenhum minuto!

— Kelly…

— Então, eu tenho tanto que te contar o que aconteceu com Joel. Ontem ele apareceu aqui sem camisa, e…

— Kelly.

—... ele fez uma nova tatuagem. Que seria legal, exceto…

— Kelly. — eu finalmente gritei.

Ela parou, como se eu tivesse apertado um botão em sua boca.

— Por favor. — eu disse. — Eu estou acordada e viajando desde as 5h da manhã.

— Você não precisa gritar comigo. — ela disse.

— Sinto muito. É só que... podemos sair amanhã? Ou pelo menos me deixe tirar um cochilo antes? Estou seriamente esgotada, e eu preciso de um banho.

Ela sorriu. — Te peguei, é claro. Um cochilo, pode. Mas, em seguida, sairemos. Você precisa conhecer Bryan.

O que?

— Quem é Bryan?

— Meu Deus, Alex, você não estava ouvindo nada do que eu falei?

Ela continuou enquanto eu arrastava minhas malas para dentro. Eu amava Kelly. E ela se encaixava muito bem com a minha tribo de irmãs em casa. Mas Deus, ela não poderia calar a boca por um segundo? Eu finalmente joguei minhas malas no chão, em seguida, andei em volta delas. Minha cama, desarrumada desde que eu tinha voltado para casa no início do verão, parecia muito convidativa. Eu desmoronei, sentindo o peso do meu corpo apenas afundar-se em cima dela. Kelly continuou falando, mas eu estava tendo problemas para ver sentido em suas palavras. Eu tentei acenar nos momentos adequados, mas lentamente o mundo escureceu. O último pensamento que eu me lembro de ter, antes de perder a consciência, foi o lamento por perder aquela maldita caneca.

***

Kelly me acordou uma hora depois e me empurrou para o chuveiro.

— Eu me recuso a receber um não como resposta. — ela gritou. — É hora de nós te curarmos do seu ex-namorado idiota!

Deus, era como se ela tivesse o volume preso no máximo.

Eu não quero dar a impressão errada de Kelly. Sim, ela fala demais. Ela é uma garota feminina, de uma forma que eu nunca fui. Seu lado do quarto é repugnantemente rosa, decorado com cartazes de Crepúsculo e dos Jogos Vorazes, e ela age como se tivesse mais experiência com os caras do que qualquer uma das meninas que postam no verso das páginas do The Village Voice. Meu lado do quarto é quase todo empilhado de livros. A verdade é que eu sou uma espécie de geek4, e me orgulho disso. Kelly, porém, é tímida como o inferno, e compensa isso sendo super sociável. Ela me carrega para o centro das baladas, dança como uma mulher selvagem e faz tudo o que pode para me arrastar para fora da minha concha.

O problema é que, às vezes, eu realmente não quero sair.

Assim que eu saí do chuveiro e me vesti com em uma calça jeans skinny preta e uma camiseta de manga longa, ela me levou para sair. — Tinha uma festa em algum lugar. — ela disse. — E nós vamos encontrá-la.

Uma Péssima Ideia (Dylan)

Vir aqui foi uma péssima ideia.

Se eu pudesse voltar atrás e — se somente se — pudesse voltar até a fonte, acho que a razão pela qual eu estava começando como um aluno na

Universidade de Columbia é porque um dia, quando eu tinha doze, Billy Naughton me deu uma cerveja. Billy era um ano mais velho do que eu, e poderia ter sido uma má influência, caso meus pais não fossem piores de certa forma. Seja como for, os efeitos do álcool infligiam um pouco de mistério em mim, pelo menos, visto pelo lado de fora.

Visto por dentro, embora... isso era outra coisa.

Uma coisa levou a outra, e uma bebida levou a outra, e no meu aniversário de dezesseis anos eu larguei a escola. Claro que, naquela época, meu pai tinha permitido, e minha mãe lavou suas mãos. Ela estabeleceu uma regra. Se eu não ia para escola, eu poderia simplesmente ir embora da sua casa. Ela não ia ver sua criança se acabar como seu marido. Eu me tornei um Couch Surfing. Dormi no parque algumas vezes. Eu consegui um emprego, mas perdi, consegui outro, mas perdi também. E a coisa mais estranha foi saber que a mãe estava certa. Voltei atrás e me registrei na escola. Então eu apareci em sua porta, mostrei-lhe a minha matrícula e meus horários, e ela chorou e deixou-me voltar ao apartamento. Um monte de outras coisas aconteceu desde então, é claro, inclusive eu ser ferido por alguns muçulmanos no Afeganistão. Mas eu não falo muito sobre isso. Se você quiser saber, basta ler os jornais. Que se dane. Os jornais nunca cobriram isso direito de qualquer maneira. Se você realmente quer saber como era, ande para sua cozinha agora. Pegue um punhado de areia. Feche seus olhos, enfie sua mão no triturador de lixo, e ligue-o. Isso deve lhe dar uma boa ideia de como é estar no Afeganistão. Enfim, para resumir a história, Columbia aparentemente tem uma predileção por desistentes escolares reformados e veteranos de guerra. Então, aqui estava eu, esse seria meu primeiro dia de aula, e eu estava reprimido, tenso pra cacete, porque a única pessoa no mundo que eu não queria ver, a única pessoa que eu mais queria ver, tudo ao mesmo tempo, bem, ela estava aqui.

Felizmente, o Dormitório Universitário me colocou junto com uma dupla de estudantes da pós-graduação de engenharia. Eu não acho que suportaria viver nos dormitórios com um bando de calouros de dezoito anos recém-saídos do ensino médio. Sou apenas dois anos mais velho, mas dois anos eram um mundo de diferença. Especialmente, quando você assistira seus melhores amigos morrerem bem diante de seus olhos. Quando cheguei à cidade, eu conheci os meus novos colegas de quarto: Aiden, um estudante, de 24 anos, candidato a PhD em engenharia mecânica, e Ron, que se apresentou como — Ron White. Engenheiro químico. — e em seguida, desapareceu para dentro do seu quarto.

Perfeito.

Então lá estava eu, mancando pela rua como um homem velho, minha bengala me ajudando a ficar em pé. Algum yuppie idiota esbarrou em mim, com pressa para chegar a sua reunião de negócios ou ver sua amante ou qualquer merda que ele fosse fazer. Fosse o que fosse, não havia qualquer tipo de gentileza. — Cuidado, onde diabos você está indo, idiota! — eu gritei atrás dele. Mal estava no meio da rua quando o sinal mudou. Jesus. Falar sobre isso é humilhante. A maioria dos carros esperou pacientemente, mas um taxista, impulsionado pelo que parecia ser o primo do cara que surpreendeu e explodiu Roberts, continuou buzinando para mim. Mostrei-lhe o dedo e continuei. Finalmente. Em algum lugar no terceiro andar deste edifício ficava o meu destino. Eu cheguei cedo, mas isso era bom. Por um lado, eu já tinha me perdido várias vezes hoje e cheguei atrasado para as minhas duas primeiras aulas. Para isso, no entanto, eu não poderia estar atrasado. Não se eu quisesse continuar conseguindo pagar a faculdade. Claro que, o VA estava pagando a maior parte da conta, mas mesmo com o honorário de um soldado, uma faculdade como Columbia custava muito caro. Ainda nem sequer parecia real eu estar aqui. Difícil de acreditar que eu realmente pertencesse a uma faculdade, muito menos a uma Ivy. Porém todas as vezes que ouvia meu pai, na minha cabeça, dizendo animadamente que eu não passava de merdinha e que nunca atingiria nada, eu seguia em frente. O elevador, feito em algum momento do século XIX, finalmente parou no primeiro piso e eu embarquei. A maioria dos outros estudantes do prédio estava usando as escadas, mas eu tinha que tomar esse caminho se eu quisesse chegar lá antes do pôr do sol. Eu esperei pacientemente. Primeiro andar. Segundo andar. Parecia que o elevador levava cinco minutos entre cada piso. Ele finalmente parou no terceiro andar, e eu fiz o meu caminho passando entre as outras pessoas aglomeradas no elevador. O lado de fora, no corredor, estava lotado. Jesus. Ia levar um bom tempo para me acostumar a estar aqui. Olhei em volta, tentando identificar os números das salas. 324. 326. Okay. Eu estava orientado. Eu me virei na direção oposta, procurando a sala 301. Eu finalmente a encontrei, escondida em um canto escuro, no lado oposto do edifício. O hall aqui perto era escuro, uma das lâmpadas fluorescentes estava queimada. Tentei abrir a porta. Trancada. Eu chequei meu telefone. Eu estava 15 minutos adiantado. Ok, eu poderia viver com isso. Melhor do que quinze minutos atrasado. Lentamente, eu deslizei minha mochila até o chão e tentei descobrir como chegar lá embaixo sem terminar de lado ou de cabeça para baixo ou algo assim. Eu avancei meu caminho, deixando minha perna manca relaxada na minha frente. Na metade do caminho, senti uma dor aguda e murmurei uma maldição. Eu coloquei minhas mãos ao meu lado, palmas planas, e deixei-me escorregar pela parede.

Sentado. Agora, o único problema seria levantar. Cuidadosamente, eu massageava os músculos acima do meu joelho direito. Os médicos do Walter Reed disseram que poderiam passar anos antes de recuperá-los completamente. Caso isso fosse acontecer. Nesse meio tempo, ia à fisioterapia três vezes por semana, tomava muitos analgésicos e continuava.

Eu suspirei. Tinha sido um dia longo e estressante. Mantive-me perguntando se eu deveria ter ficado em casa, esperado mais um ano antes de tentar me aventurar. Doutor Kyne tinha me incentivado a ir.

Você nunca vai se recuperar se você ficar trancado dentro em casa. — ele não estava falando sobre a perna. Doutor Kyne era meu psiquiatra do VA em Atlanta.

Acho que ele sabia o que estava falando. Nesse ínterim, apenas leve um dia de cada vez, uma hora de cada vez, um minuto de cada vez. Esse momento. Apenas passe pelo agora. Em seguida o próximo agora. Peguei um livro, surrado, uma brochura quase em pedaços que Roberts me emprestou antes ele fosse ferido. A Dança da Morte, de Stephen King.

Esse é o melhor livro de todos os tempos. — Roberts havia dito.

Eu não tinha tanta certeza de que era tudo isso, mas tinha que concordar que era muito bom. Estava envolvido no meio da leitura sobre o surto da supergripe quando ouvi passos chegando ao corredor. Eles estavam estalando... uma menina, usando saltos ou sapato anabela ou algo assim. Obriguei-me a não olhar para cima. Eu não queria falar com ninguém de qualquer maneira. Eu não estava me sentindo muito amigável. E, além disso, o meu instinto protetor era o de vigiar a todos, manter meus olhos nos bolsos e roupas soltas, nos montes de lixo ao lado da estrada e em tudo o que poderia representar perigo. O desafio era não olhar. O desafio era viver a minha vida, assim como todos os outros viviam. E todos os outros não viam a aproximação de meninas como uma fonte de perigo.

O que posso dizer? Eu estava errado.

— Oh, meu Deus. — ouvi um murmúrio. Algo dentro de mim reconheceu otom e o timbre daquela voz, e eu olhei, meu rosto de repente se ruborizoufazendo com que eu sentisse meu pulso na minha testa.

Esquecendo-me da perna manca, eu tentei ficar de pé. Em vez disso, acabei chegando só até a metade, em seguida, a perna cedeu. Como se isso fosse possível de contornar, mas não era. Eu caí duramente em cima do meu lado direito e soltei um grito agudo assim que uma violenta dor disparou pela minha perna direita subindo em linha reta até a minha espinha.

— Puta que pariu! — eu murmurei. Me empurrei mais ou menos para a posição vertical, em seguida, coloquei uma mão na parede e a outra na minha bengala e tentei me levantar.

A menina dos meus pesadelos lançou-se para frente e tentou me ajudar a levantar.

— Não me toque. — eu disse.

Ela recuou como se eu a tivesse esbofeteado.

Finalmente, eu estava em pé. A dor não passou e eu estava suando, pelo esforço. Eu não olhei para ela. Eu não podia.

— Dylan. — disse ela, com a voz trêmula.

Eu resmunguei alguma coisa. Não tenho certeza do que, mas não foi nem um pouco civilizado.

— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou.

Eu finalmente olhei para cima. Oh merda, isso foi um erro. Seus olhos verdes, que sempre me prenderam como um maldito redemoinho, eram enormes, como piscinas. O mais leve aroma de morango emanou dela, deixando-me tonto, e seu corpo ainda prendia a atenção: Pequeno, quadris curvilíneos e seios; como sempre, ela era como uma fantasia.

— Eu estou esperando por uma consulta. — eu disse.

— Aqui? — ela perguntou.

Eu balancei a cabeça. — Estágio. — eu disse.

Ela começou a rir, um riso amargo e triste. Eu tinha escutado esse riso antes. — Você deve estar brincando comigo. — ela disse.

Nada de muito significativo (Alex)

Eu cheguei atrasada ao edifício de Artes e Ciências, e corri pelos seis lances de escada para o terceiro andar, porque sabia que o elevador iria demorar uma eternidade. Eu chequei meu celular... eram três horas. Eu precisava chegar lá urgente.

Eu contei os números das salas, chegando finalmente a um corredor escuro. A luz era no final do corredor, deixava uma leve penumbra na área. Lá estava, sala 301. Próximo da porta, um aluno sentado, com a cabeça apoiada em seu punho, o rosto virado para longe de mim. Ele estava lendo um livro.

Eu respirei. Seu cabelo lembrava o de Dylan, porém mais curto, naturalmente. Isso, e seus braços estavam... bem, muito musculosos, e sua pele bronzeada. Esse cara parecia modelo de um catálogo. Não que eu desmaiasse por caras com grandes bíceps, mas sério, uma garota pode olhar, certo?

Quando me aproximei, porém, eu senti meu coração acelerar no meu peito. Porque quanto mais perto, mais ele se parecia com Dylan. Mas o que ele estaria fazendo aqui? Dylan, o cara que tinha quebrado meu coração, e depois desapareceu como se nunca tivesse existido, seu e-mail apagado, sua página do Facebook fechada, conta Skype desabilitada. Dylan, que desapareceu da minha vida, por conta de uma conversa estúpida que não devia ter acontecido.

Eu diminuí o passo. Não podia ser. É só que... não podia ser.

Ele respirou fundo e mudou um pouco de posição, e eu me engasguei. Porque sentado na minha frente estava o menino que quebrou meu coração. Silenciosamente, eu disse: — Oh, meu Deus.

Ele saltou em seus pés. Ou melhor, tentou. Ele levantou até a metade, quando um olhar de dor excruciante varreu seu rosto e ele caiu, duro. Eu quase gritei, enquanto ele tentava com força ficar em pé. Fui em sua direção para ajudá-lo, e ele disse suas primeiras palavras para mim em seis meses: — Não me toque.

Típico. Eu tive que engolir a mágoa que ameaçou vir à tona.

Ele parecia... diferente. Indefinidamente diferente. Nós não nos encontrávamos cara-a-cara há quase dois anos, desde o verão antes do meu último ano no colégio. Ele estava sarado, é claro. Em todos os lugares certos. Seus braços, dos quais me lembro muito bem de segurar, dobraram de tamanho. As mangas da sua camiseta pareciam que iam estourar. Eu acho que o Exército faz isso com você. Seus olhos ainda eram o mesmo tom de azul penetrante. Por um segundo eu os encontrei, em seguida, desviei o olhar. Eu não queria ficar presa naqueles olhos. E maldito, seu cheiro ainda era o mesmo. Uma insinuação de fumaça e café fresco moído. Às vezes, quando eu entrava em uma loja de café em Nova York, eu tinha uma sensação esmagadora da sua presença, apenas com ocheiro. Às vezes a memória é uma merda.

— Dylan. — eu disse. — O que você está fazendo aqui?

— Estou esperando por uma consulta.

— Aqui? — eu perguntei. Isso era uma loucura.

Ele deu de ombros. — Estágio.

Não.

De jeito nenhum.

— Espere um pouco... você está dizendo que você está estudando aqui?

Ele assentiu com a cabeça.

— O que aconteceu com o Exército? — eu perguntei.

Ele encolheu os ombros, desviou o olhar e depois fez um gesto em direção à bengala.

— Então, de todas as escolas que você poderia ter escolhido, você veio parar aqui? No mesmo lugar que eu?

A raiva tomou conta do seu rosto. — Eu não vim aqui por você, Alex. Eu vim aqui porque foi a melhor escola na qual eu poderia estudar. Eu vim aqui por mim.

— O que,

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